Existe uma engraçada fábula que narra que em uma certa marcenaria, houve uma estranhíssima assembleia. Nessa reunião as ferramentas discutiam entre si, e se acusavam mutuamente, deixando evidenciar suas diferenças.
O senhor martelo, que exercia a presidência, abriu a sessão, mas foi, de imediato, pressionado pelos demais participantes à se renunciar, pois, segundo eles, o mesmo fazia demasiado barulho, e além do mais, passava o tempo todo dando golpes. O presidente martelo até admitiu serem pertinentes aquelas acusações, mas só aceitaria abdicar-se do cargo se o seu secretário parafuso também fosse demitido, afinal, segundo ele, o dito cujo sempre dava muitas voltas para conseguir o que queria... Diante daquela acusação, o parafuso também acatou a denúncia, mas fez questão de também incriminar e exigir a expulsão de uma outra componente da diretoria, a dona lixa, que conforme ele era muito áspera no tratamento com os demais, e que estava sempre provocando atritos. A senhora lixa não reagiu àquela delação, mas também incriminou um outro componente da mesa e pediu que ele também fosse destituído do cargo, tratava-se do senhor metro, que estava sempre medindo os outros segundo as suas medidas, e como se fosse ele o único perfeito. Por sua vez, o metro transferiu a sua injúria em ter sido desmascarado, acusando a um outro membro do conselho, o senhor serrote, a quem pediu a cassação de seu mandato por ser um velho usurpador das coisas alheias... Naquele momento entrou na oficina o marceneiro trazendo uma madeira rústica em suas mãos, juntou todas aquelas ferramentas e iniciou o seu trabalho. Durante o período em que ali esteve, utilizou o martelo, o serrote, a lixa, o metro e o parafuso... E como num passe de mágica, a tal rústica madeira se converteu em um belo móvel. Quando o marceneiro foi embora, as ferramentas voltaram à discussão, Mas o prumo adiantou-se a todos e disse: - Senhores, todos nós temos os nossos defeitos, mas ficou claramente demonstrado aqui que o marceneiro trabalha é com as nossas qualidades... Portanto, em vez de pensarmos nas nossas fraquezas, devemos nos concentrar é na evidência dos nossos pontos fortes. Então aquela assembléia entendeu (mesmo diante das divergências), que o martelo era forte, que o parafuso unia e fixava, que a lixa com as suas asperezas era especial para limpar e afinar, que o serrote era preciso e exato e que o metro era essencial para essa medida certa... Sentiram-se então como uma equipe, como uma equipe útil e capaz de produzir com qualidade. E daí então, uma grande alegria tomou conta das ferramentas pela oportunidade que tinham em trabalhar juntas. Chegar a essa conclusão deveria ser a atitude de todas as pessoas, e, em especial, aos componentes da nossa igreja. Quando buscamos destacar os defeitos dos outros, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário disso, se buscássemos com sinceridade os pontos positivos dos nossos irmãos, floresceriam as melhores conquistas e realizações, e a nossa comunhão seria espetacularmente deliciosa Deus quer fazer uso de nossas qualidades, e não dos nossos pontos fracos, portanto, deixe manifesto o que você tem de melhor e sêde útil na obra do Grande Carpinteiro. É fácil encontrar defeitos nos outros, e isso qualquer um pode fazê-lo, mas encontrar as qualidades... isso demanda habilidade que só os sábios possuem!
Cícero Volney
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terça-feira, 7 de agosto de 2012
A FÁBULA DAS FERRAMENTAS
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