quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Minha Jerusalém particular


Você diz que Jesus Cristo é o seu exemplo tudo assim, sorrindo como se estivesse dizendo que gosta de mousse de chocolate? É fácil para você fazer uma afirmação dessas? Será que já avaliou o custo?
Para servir de contraponto a toda essa leviandade no curto espaço que tenho aqui posso lhe apontar hoje a Jerusalém. Jerusalém estava sempre no pensamento de Jesus. Ele poderia estar se movendo pela Galileia, por outros cantos da Judeia, Samaria ou onde fosse, mas Jerusalém permanecia na periferia do olhar de Cristo como uma sombra onipresente e constante. Em algum momento Ele teria de rumar para lá. A vida inteira de Jesus foi coberta por essa sombra de cruz que Jerusalém produzia sobre Ele.

Quando chegou a hora, Ele caminhou decididamente para Jerusalém. Tentaram demovê-lo. Disseram que era perigoso. No caminho Ele teve alegrias e tristezas, vitórias e derrotas, boas surpresas e decepções. Mas absolutamente nada foi capaz de fazer com que Ele mudasse de rumo. Nada.

Ele tinha uma missão a cumprir e o fato de essa missão lhe haver sido dada por Deus colocava em Jesus uma obstinação capaz de produzir n`Ele aquilo que Ele mesmo chamou de a maior demonstração de amor possível: dar a própria vida por Seus amigos (e o detalhe cruel da história é que foram esses amigos que o mataram).

Ele conhecia Seu destino, Seu destino era dor, angústia, desprezo, injustiça, tortura e morte, mas sendo essa a vontade do Pai, Ele não hesitaria um segundo sequer em desempenhar o Seu papel.

Jerusalém é o símbolo máximo da submissão desse a quem chamamos de Mestre à vontade de Deus.
 "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou" (João 6:38), foram Suas palavras.

Talvez você e eu não tenhamos nenhuma Jerusalém, um lugar para onde sabemos que devemos rumar e morrer, mas o que fazemos com as miniaturas de Jerusalém para onde Deus nos pede constantemente para ir? Elas envolvem algum tipo de sacrifício - suportar gente que não pode nos dar nada em troca, subtrair tempo de lazer ou descanso que teríamos, nos colocar em posição desconfortável, nos levar a abdicar de prazeres e conveniências, nos obrigar a adotar um estilo de vida mais simples e frugal ou que nos parece insosso e enjoativo, etc. Temos desculpas e justificativas excelentes para não ir.

Então não deveríamos sair por aí dizendo que Jesus Cristo é nosso exemplo de vida a não ser que o façamos como se fosse uma oração: "Jesus Cristo é o meu exemplo de vida em tudo. Meu Deus, faça isso verdade!"
   
    Marco Aurelio Brasil

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